Pontilhados de amor, melancolia, paixão ou esperança fluem no ar. Pontas dos dedos libertam gotas de chuva que respingam no chão com uma musicalidade gloriosa. Subimos, descemos. Explodimos e encolhemos. Soltam-se, de quando em quando, lágrimas furtivas que são espelho de uma alma magoada. E os olhos choram. As mãos choram. Todo o corpo chora numa efervescência de sentimentos escondidos. Cada nota, um beliscão na alma. Pura magia musical. A emoção reina. E sentimo-nos minúsculos. Estantes e paredes levantam voo à nossa volta, fechamo-nos nos nossos terrores e nos nossos sonos. Mas há luz. Há propósito em tudo isto. Isto purifica. As mesmas gotas que caem levam consigo o medo, a insegurança. Limpam as almas sujas de pensamentos maus e obsessivos. Soltam os grilhões de uma mente gasta e tornam-na mais forte.
(…)
Abrimos os olhos: a luz quente que trespassa o estore estragado seca-nos o rosto e dá o mote para o futuro que iremos tornar glorioso. O peito acalma-se. Respiramos de novo. A faixa acaba, Alice descansa e Sassetti também. Levantamo-nos e seguimos caminho. Obrigado Bernardo.
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