As seis peças com títulos numerados que Luís Fernandes desenvolveu para o novo álbum partem de ideias que gravou em 2018, entre Braga e Tavira, e que aperfeiçoou nos meses seguintes até ao verão de 2019. Tal como em “Demora”, a base de “Seis Peças Sintetizadas” parte de improvisações que Luís gravou num sintetizador modular e num órgão. As semelhanças ficam-se por aí. Para “Seis Peças Sintetizadas” Luís Fernandes quis que as ideias amadurecessem e crescessem de outra forma. O tempo de criação, planeamento e aprimoramento foi mais longo, um álbum feito sem pressa e com à-vontade para permitir que cada momento de cada uma destas seis peças maturasse e fermentasse para ser ouvido com os ingredientes certos. O “Seis” do título é mais do que uma referência ao número de peças presente no álbum, estabelece um modelo para como deve ser ouvido este álbum: são seis momentos separados. Seis momentos que compõem uma travessia de Luís Fernandes por diferentes espectros da música “sintetizada” ou, se quisermos, de diferentes modelos ou linguagens da música electrónica. Após a introdução de “1” fica entendido que “Seis Peças Sintetizadas” aborda a linguagem do género para lá de modelos rígidos e concentra-se em desenvolver sons que cruzam tempos diferentes da criação de electrónica com formas bastante díspares. Poderia ser uma obra em permanente dicotomia, onde cada tema contrariaria o outro e lançaria uma espécie de confusão identitária. Luís não foi por esse modelo contemporâneo e procurou a harmonia nessa destabilização de referências. Os sons ligam-se com naturalidade, as narrativas expandem-se para lá desse desafio de Luís Fernandes querer explorar as convenções da linguagem da electrónica e constroem histórias novas. Em frequente mutação, “Seis Peças Sintetizadas” é o novo clássico. Um modelo que liga passado, presente e futuro de um género.


13,00 €
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