Seguindo-se ao lançamento do CD que reuniu todos os trabalhos gravados para o projeto editorial “Esfera”, dele, os três temas da pianista Joana Gama veem finalmente a edição num “extended play” em vinil de 12″, com tiragem limitada.
Juntando a si a harpista Angélica Salvi (na peça “Indigo”), ou a voz declamatória de Adolfo Luxúria Canibal (na peça “Coisas de Teatro”), ou mesmo o grupo de música experimental Haarvöl (na terceira e última peça “A Step Towards Imagining”), este EP é uma extraordinária porta para conhecer mais e melhor alguns dos universos paralelos na profícua atividade desta expressiva pianista.
Depois da sua interpretação de obras de Erik Satie, John Cage e Hans Otte, ou das suas colaborações com Luís Fernandes, João Godinho, Rafael Toral, o Drumming GP e outros, “Três Tempos” permite-nos conhecer, admirar e revisitar as mais recentes extensões do trabalho atual da ativa pianista portuguesa.
Fernando Nogueira (proprietário verificado) –
07 de Setembro de 2018 foi a data em que ouvi pela primeira vez a colaboração de Joana Gama com Adolfo Luxúria Canibal, num concerto no Centro Cultural de Vila Flor em Guimarães.
Ora já seguia a música de Joana Gama desde 2014, altura da edição do Quest com o ilustre Luís Fernandes, e em 2018, a surpresa da parceria com Adolfo Luxúria Canibal soou-me uma combinação perfeita entre a interpretação de Erik Satie por Joana Gama com a característica e marcante voz dos Mão Morta. Fiquei a pensar que seria excelente se houvesse algum dia um registo adequado daquela colaboração.
Entretanto, agora em 2022, surge felizmente a edição deste registo no tema “Coisas de Teatro”. Assim, este 12” TRÊS TEMPOS apresenta fantásticas e várias mais-valias, para além de ser o primeiro registo editado em vinil em que se pode apreciar o piano de Joana Gama: no tema “Indigo” com a harpa de Angélica Salvi, Música que em 2019 lançou o magnífico LP Phantone; apresenta o registo de uma fantástica colaboração entre a música de Erik Satie, Joana Gama e a famigerada expressão vocal de Adolfo Luxúria Canibal; e estreia também o registo em vinil da música explorada pelos Haarvöl, em colaboração com Joana Gama no tema “A Step Towards Imagining”.
A ordem de audição no 12” está trocada, mas há uma errata para ajudar os ouvintes a situarem-se.
De todos os discos de música editados em Portugal, o calibre deste TRÊS TEMPOS soa impermeável à passagem do tempo. Não é feito que se consiga com alguma espécie de fórmula.