Talvez ainda não se falasse disso há meio século mas o mundo era já uma grande aldeia…
(…)
Esta «Boîte à Petits…» de Philippe de Sousa é assim, quero dizer, é daquelas coisas que nos tocam nos nervos adormecidos. Não é apenas um belíssimo título sobre uma capa pungente, mas antes uma viagem pitoresca de caderno de apontamentos na mão, pelos quatro cantos do mundo. São postais ilustrados, ocres e sanguíneas, tequillas e bagaços, feiras e estradas poeirentas, pés descalços e carroças, uma canción de cuna, um corridinho e… um copinho de vinho branco. É um disco de tentações e aventuras, percussões e guitarras, muitas; é um disco de música popular, não de um, mas de vários povos a poderem clamá-lo como seu; é um disco de um porto seguro, a guitarra portuguesa. E é bom escutá-la, cantando fluente em tanto idioma insuspeitado, plena de citações sem recurso a itálicos. Puro e duro.
(…)
E um belo dia damos por nós sentados no autocarro a divagar pela janela e a trautear uma coisa… conheço tão bem…
Como dizia Valéry, «não retive nem o melhor nem o pior dessas coisas: ficou como pôde.»
E isso é muito bom.
Avaliações
Ainda não existem avaliações.