Clotilde Rosa, filha dos músicos José Rosa e Branca Belo Carvalho Rosa, nasceu em Lisboa em 1930. Cedo se interessou pelo meio musical e iniciou os seus estudos de piano a título particular, tendo depois completado o Curso Superior de Piano e Harpa no Conservatório Nacional, tendo estudado com Ivone Santos e Cecília Borba.
Seria a harpa o instrumento a que se dedicaria profissionalmente, tendo recomeçado os seus estudos com Macário Santiago Kastner em baixo cifrado e interpretação de música antiga. Nesse período integrou os Menestréis de Lisboa.
Entre 1960 e 1963, a Fundação Calouste Gulbenkian e o governo holandês, concedeu-lhe bolsas de estudo para estudar harpa, a título particular, com Phia Berghout, Jacqueline Borot, Hans Zingel, na Holanda, em Paris e em Colónia, Alemanha.
Por proposta de Mário Falcão, tocou Imagens Sonoras de Jorge Peixinho, o que terá ocasionado a aproximação de Clotilde Rosa a este compositor e ao meio musical português de vanguarda. Igualmente decisivos para o futuro da sua carreira como compositora foram os cursos a que assitiu em Darmstadt a partir de 1963.
Participou do grupo reunido por Jorge Peixinho que veio a dar origem em 1970 ao Grupo de Música Contemporânea de Lisboa. No entanto, continuou a dar interesse à interpretação de música antiga, tendo constituído com Carlos Franco e Luísa de Vasconcelos o Trio Antiqua. Como instrumentista, fez ainda parte da Orquestra Sinfónica Nacional, da Orquestra da Emissora Nacional e colaborou com as orquestras do Teatro Nacional de S. Carlos e da Fundação Calouste Gulbenkian.
De 1987 a 1989 deu aulas de Análise e Técnicas de Composição na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, transitando para a classe de Harpa de 1989 a 2000. Foi nesta época que foi introduzida, por Clotilde Rosa e pela primeira vez em Portugal, a música contemporânea no programa curricular de harpa.
Entre as suas actividades, tem também integrado a Comissão Sectorial da Música Erudita da Sociedade Portuguesa de Autores. É em 1974, a convite de Jorge Peixinho, que esboça o seu primeiro trecho musical, na obra colectiva In-Con-Sub-Sequência.
Assume-se como compositora em 1976 com a obra Encontro. Levada à Tribuna Internacional de Compositores de Paris por Joly Braga Santos e Nuno Barreiros, por proposta de Jorge Peixinho, a peça foi gravada na RDP e atingiu o 10º lugar ex-aequo, entre 60 obras de 30 países. Obteve também o 1º Prémio no Concurso Nacional de Composição da Oficina Musical do Porto com Variantes I, para flautista solo.
Apesar da sua apetência para o experimentalismo sonoro, de que são exemplos As quatro estações do ano e Projecto-collage, nunca se proporcionou trabalhar num estúdio de música electroacústica, sendo a sua obra maioritariamente para voz ou instrumentos acústicos.
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